"O trabalho com oralidade no ensino de língua portuguesa, como sabemos, conta ainda com muito descrédito e é realizado de modo ainda muito superficial. As razões disso remontam antigas teorias que diferenciavam escrita e fala basicamente como sendo a primeira a realização correta da língua e a segunda uma realização caótica da língua com finalidades práticas. De fato, elas constituem duas modalidades diferentes do uso da língua com suas características peculiares, contudo, postula-se que a produção discursiva geral realiza-se em um eixo do qual ambas fazem parte e se relacionam por características em comum. Afirma MARCUSCHI (1995:13, apud KOCH, 2000): “As diferenças entre fala e escrita se dão dentro do continuum tipológico das práticas sociais e não na relação dicotômica de dois pólos opostos”.
Para desfazer o mito de que o texto falado é absolutamente acidental, desestruturado etc., levamos em consideração KOCH (2000) quando diz que o texto falado tem uma estruturação que lhe é própria e esta é ditada por circunstâncias sociocognitivas. Isso pode ser comprovado quando observamos, por exemplo, uma situação de interação face-a-face, como um diálogo entre amigos. Nessa situação, aquele que detém a palavra, em certo momento, não é o único responsável pela produção do texto, uma vez que ambos estão interagindo, trocando informações mesmo que silenciosas. Essa interação se apresenta através de artifícios criados e usados pelos interlocutores a fim de propiciar o êxito do diálogo. Esses artifícios podem ser correções, repetições, paráfrases e até mesmo o “sacrifício” da sintaxe em prol da compreensão do texto. Tudo isso demonstra a complexidade própria fala, revelando-nos a sua grande relevância."
Para desfazer o mito de que o texto falado é absolutamente acidental, desestruturado etc., levamos em consideração KOCH (2000) quando diz que o texto falado tem uma estruturação que lhe é própria e esta é ditada por circunstâncias sociocognitivas. Isso pode ser comprovado quando observamos, por exemplo, uma situação de interação face-a-face, como um diálogo entre amigos. Nessa situação, aquele que detém a palavra, em certo momento, não é o único responsável pela produção do texto, uma vez que ambos estão interagindo, trocando informações mesmo que silenciosas. Essa interação se apresenta através de artifícios criados e usados pelos interlocutores a fim de propiciar o êxito do diálogo. Esses artifícios podem ser correções, repetições, paráfrases e até mesmo o “sacrifício” da sintaxe em prol da compreensão do texto. Tudo isso demonstra a complexidade própria fala, revelando-nos a sua grande relevância."